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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Para jornalista, time "andou de lado" com estatuto

O texto é de Marcelo Sant´Ana, em sua coluna no jornal Correio*:

  O Bahia, em assembleia geral, alterou o estatuto, mas não mudou quase nada. Avançou pouco, recuou pouco e andou muito de lado. Fez igual a caranguejo. Confirmando as previsões, a diretoria criou um documento mais restritivo às mudanças, interessante a quem está no poder.
A participação do sócio/torcedor ficou menos, e não mais importante num mercado onde o dinheiro arrecadado com os torcedores/clientes é cada vez mais decisivo para o sucesso.
O sócio até poderá votar para presidente. Se ao menos duas chapas se inscreverem para eleição no conselho. E se as duas tiverem o mínimo de 1/3 dos votos dos conselheiros. “Até poderá”. “Se”. “E se”. As condicionais mostram o Bahia menos democrático.
O austríaco Peter Drucker é um dos gurus do marketing e da gestão. E o gringo sempre repete que o objetivo de cada negócio é gerar clientes. O Bahia não cria novos tricolores, e decepciona os que tem pela falta de títulos e transparência. Castiga os mais velhos, que tampouco tinham transparência, mas viviam entre títulos quando os estaduais valiam algo. “Sorte” que o cliente, neste negócio, mesmo maltratado, raramente vai pra concorrência. E vive doido pela recaída.
A média de público do Bahia caiu na Série A, comparando 2011 e 2012. A média de quem entrou em Pituaçu através do Torcedor Oficial do Bahia (TOB) também caiu. O Bahia já estreará depois de amanhã, em casa, na Copa do Nordeste, o principal título que tem chances reais de ganhar em toda a temporada, sem depender de zebras. Mas o TOB 2013 não foi lançado.
Desconfio que nem a bênção da reabertura da Fonte Nova vai fazer a média de TOBs crescer. O Bahia tem enorme dificuldade de se comunicar com sua torcida fora de campo. Nem a enorme exposição pública além do esporte, graças ao ciclo de megaeventos, com a Copa das Confederações 2013 e a Copa do Mundo de 2014, vai dar jeito. É problema interno.
O Bahia não joga há 46 dias. E há seis semanas, quatro dias e algumas horas não existe um único assunto sobre o Bahia que tenha tirado um sorriso tricolor para a temporada 2013. Onde estão aqueles eufóricos com qualquer balão de ensaio? No axé do Verão? A comunicação Bahia x torcida é limitada aos gramados. E como o time não entra em campo...
A posição da diretoria é clara e sustentável: conselho estático, plano de sócios sem benefícios financeiros ou sociais, torcida tolerante, alegre e presente e, por fim, empresas batendo à porta oferecendo novos e mais vantajosos contratos. Quantos locais oferecem combinação tão paradisíaca de atributos?
O ano tricolor começa com gostinho de frustração para quem, depois de amanhã, vai sentar na arquibancada de Pituaçu. Porque, desde a permanência na Série A, a diretoria do Bahia parece não ter focado nas suas próprias capacidades, em criar, planejar, contratar, motivar, emocionar, envolver; e sim em como se perpetuar, em como acomodar tudo no seu lugar.
A reforma do estatuto, com a inclusão da eleição direta para presidente, seria um presente. De grego, muito provavelmente, porque quadro de sócios no Bahia é outro segredo de estado. Quase uma fórmula da Coca-Cola em meados do século passado.
Muito melhor que dar presente é dar um horizonte, um futuro. Em novembro, escrevi coluna com o título: Problema do Bahia não é democracia; é gestão. “Voto aberto ajuda. Gente competente ajuda mais”. Ouvi duras críticas. Também elogios. Faz parte da vida. Quem escreve precisa ouvir. A minoria me entendeu. A maioria preferiu o chororô. Mas escrevi ao saber que a “reforma” do estatuto seria igual ao andar do caranguejo.
Resgatar o orgulho de ser Baêa é o primeiro passo para se construir um Bahia grande. Mas, hoje, na antevéspera da estreia, poucos tricolores acreditam que 2013 chegou para melhorar 2012. O Bahia não é do povo nem dentro nem fora de campo. Só na imaginação de quem tenta trazer o torcedor pra viver o clube; e não só o time.`

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