Nas últimas semanas, o Esporte Clube Bahia entrou numa campanha de conscientização para a doação de órgãos. Como símbolo dessa campanha, foi escolhido o garoto Caio, de 8 anos, portador de insuficiência renal crônica, em estágio final. O pequeno tricolor realiza hemodiálise três vezes por semana no Hospital Geral Roberto Santos e torce por um rim compatível para transplante.
De família humilde, o caso de Caio é igual à de muitos portadores de doença renal no Estado. A sua família é obrigada a viajar 100 km, de Jaíba, distrito onde mora em Feira de Santana, até Salvador para realizar o procedimento indispensável à sua vida. Isso acontece devido ao reduzido número de centros especializados em tratamento renal, além da enorme população de doentes em hemodiálise.
A Bahia é um dos estados que menos fazem transplantes no Brasil. Isso precisa mudar. Em 2011, segundo o censo da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, apenas 73 rins foram transplantados. Índice menor que o de Santa Catarina, Estado menor, mas que obteve 263. Em São Paulo, mais de 2 mil rins foram transplantados.
Procuramos uma especialista em transplante renal, a Dra. Daniela Santos Menezes, nefrologista. Ela esclareceu alguns pontos sobre doença dos rins, falou do tratamento e comentou sobre o caso de Caio. “Há uma dificuldade por ele estar com hipersensibilidade. Então a chance de haver uma rejeição ao órgão aumenta. Precisamos que todos conheçam esse caso e se conscientizem. Ele é um símbolo desta luta”. A Doutora ainda ressalta que só os parentes mais próximos podem fazer o transplante. “A venda de órgãos é ilegal”, completa.
ENTREVISTA - Dra. Daniela Santos Menezes
O que é a insuficiência renal crônica?
É uma condição em que o rim tem as suas funções, principalmente a de filtração e produção de hormônios comprometida de uma maneira, em geral, irreversível.
É uma condição em que o rim tem as suas funções, principalmente a de filtração e produção de hormônios comprometida de uma maneira, em geral, irreversível.
Quais os sintomas associados?
Existem cinco estágios da doença. Em geral, nos três primeiros estágios, a doença é assintomática. No entanto, essas são as fases onde há maior mortalidade, por haver associação com outros órgãos, principalmente o coração.
Existem cinco estágios da doença. Em geral, nos três primeiros estágios, a doença é assintomática. No entanto, essas são as fases onde há maior mortalidade, por haver associação com outros órgãos, principalmente o coração.
O que pode levar a doença dos rins?
Geralmente condições crônicas, como o diabetes (sua principal causa). A pressão alta pode levar a doença ou ser consequência da insuficiência renal crônica. No caso de Caio, foi uma doença aguda (a vasculite - inflamação dos vasos) que perpetuou uma insuficiência renal, isso é mais raro. Medicações, principalmente os anti-inflamatórios. Condições chamadas obstrutivas, como doenças da próstata.
Geralmente condições crônicas, como o diabetes (sua principal causa). A pressão alta pode levar a doença ou ser consequência da insuficiência renal crônica. No caso de Caio, foi uma doença aguda (a vasculite - inflamação dos vasos) que perpetuou uma insuficiência renal, isso é mais raro. Medicações, principalmente os anti-inflamatórios. Condições chamadas obstrutivas, como doenças da próstata.
Como é feito o diagnóstico?
Através de dois exames simples: um de sangue, chamado de creatinina, que avalia a filtração dos rins e outro de urina. Todo paciente com história de diabetes, pressão alta, historia familiar de doença renal ou pedra nos rins, deve ser testado.
Através de dois exames simples: um de sangue, chamado de creatinina, que avalia a filtração dos rins e outro de urina. Todo paciente com história de diabetes, pressão alta, historia familiar de doença renal ou pedra nos rins, deve ser testado.
Qual o tratamento?
Existe o tratamento renal substitutivo (diálise peritoneal ou hemodiálise) e o transplante renal, que pode ser de doador vivo ou cadáver.
Existe o tratamento renal substitutivo (diálise peritoneal ou hemodiálise) e o transplante renal, que pode ser de doador vivo ou cadáver.
Qualquer pessoa pode doar os rins?
Não. No caso do paciente doador vivo, é feita uma avaliação pré-transplante, das condições clínicas do doador, além de exames para compatibilidade imunológica entre o doador e receptor. No caso do doador cadáver, é feita a retirada do órgão, após a confirmação de morte encefálica, para a partir de então fazer os testes de compatibilidade imunológica.
Não. No caso do paciente doador vivo, é feita uma avaliação pré-transplante, das condições clínicas do doador, além de exames para compatibilidade imunológica entre o doador e receptor. No caso do doador cadáver, é feita a retirada do órgão, após a confirmação de morte encefálica, para a partir de então fazer os testes de compatibilidade imunológica.
O que pode atrapalhar um transplante?
Os principais empecilhos têm sido a dificuldade de confirmação de morte encefálica e a posição da pessoa, ainda em vida, de ser doador. Em relação ao receptor: histórico de transfusões, gravidez recente e transplante prévio.
Os principais empecilhos têm sido a dificuldade de confirmação de morte encefálica e a posição da pessoa, ainda em vida, de ser doador. Em relação ao receptor: histórico de transfusões, gravidez recente e transplante prévio.
Veja reportagem feita pela TV Bahia sobre o pequeno tricolor:
Para obter mais informações sobre doação de órgãos, acesse o site www.saude.ba.gov.br/transplantes/ ou ligue para 0800 284 0444.
Sociedade Brasileira de Nefrologia: http://www.sbn.org.br/leigos/?transplante-renal&menu=8
COSET - Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes
End.: Av. Luís Vianna Filho, 400, Secretária da Saúde, 2 andar- sala 221, Centro Administrativo da Bahia - CAB
CEP.: 41.745-900 - Salvador-BA
Tel.: (71) 3115-8316 - Fax.: 3115-8316
E-mail: sesab.transplante@saude.ba.gov.br
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CNCDO - Central de Notificação, Captação e Distribuição de Orgãos da Bahia
End.: Complexo Cesar de Araujo, Rua Marques de Maricá S/N - Pau Miudo - Salvador-BA (proximo ao Hospital Ernesto Simões Filho)
Tel/Fax.: (71) 3356-6776/4687 - 0800 284 0444
E-mail: sesab.transplante@saude.ba.gov.br
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